É bastante comum observar a indignação das pessoas em relação àquelas com maior poder aquisitivo, causando tamanho desconforto que chega a ser normal banalizar a forma como esses indivíduos conquistaram suas fortunas, seja por inveja ou falta de conhecimento sobre as diversas formas de se obter dinheiro. A busca de alguns em rebaixar aqueles que desfrutam de benesses financeiras é tão evidente que recorrem a princípios cristãos para argumentar que não merecem tal prosperidade, pois não compartilham com outros e não agregam mais pessoas ao seu redor. Quando essa abordagem não é suficiente, tornam a riqueza um pecado capital, sugerindo que não há lugar para eles em um possível paraíso espiritual.
Além dessa crítica à riqueza, é comum uma crítica à forma como esses indivíduos acumulam capital. Utilizam a necessidade de divisão de capital dos acumuladores com outros seres das diversas escalas sociais, quase justificando o romance de Robin Hood. Quanto a este aspecto, é importante deixar claro que há, sim, a necessidade de realizar taxações com o objetivo de financiar melhorias para o povo e o Estado, melhorias que não seriam realizadas por esses acumuladores. Grandes obras e infraestrutura necessária para o desenvolvimento da massa, como as realizadas pelos Romanos na criação de banhos, estradas, templos e outras obras, ou mesmo com as doações pós-morte de grandes influenciadores no seio do Estado, visando conquistar adoração pelo povo. No entanto, romantizar o roubo da conquista desses seres como algo moral e necessário para a prosperidade de todos é uma loucura sem precedentes. Querer a destituição da propriedade privada com o objetivo de nivelar todos por baixo é como redistribuir as cartas de um jogo só porque alguns estão ganhando. Preferem ver a miséria perpetuada como se dissessem: Se eu não tenho, ninguém mais deve ter! Me pergunto se estes seres se estivessem na condição de afortunados pensariam da mesma forma…
Necessitamos desses acumuladores e de seus caprichos para dar vazão a extravagantes obras que o dinheiro pode comprar, como os patronos que compram arte e desenvolvem um senso estético apurado, sendo posteriormente transmitidos às massas. Ou mesmo através de obras arquitetônicas opulentas que desafiam a ciência e o imaginário de muitos. É graças a esses caprichos que a sociedade evolui e dá forma a novas estruturas, como se o dinheiro desse vazão a uma certa loucura desses seres que buscam conquistar coisas impossíveis ou inimagináveis para satisfazer seus desejos. Vale lembrar que muitos deles pelo fato de terem pessoas subalternas realizando atividades das mais diversas para a subsistência conseguem tempo de sobra para pensar e desenvolver coisas que pessoas comum talvez não conseguiriam. Graças a eles, a sociedade desenvolve uma estrutura que vai além da guerra e da política, ou até mesmo desenvolvem melhores teorias sobre a condução do Estado. É importante ressaltar que essas obras muitas vezes envolvem uma grande escala de mão de obra, distribuindo serviços e proporcionando ganhos aos subalternos para realizar as atividades necessárias para compor o todo, pois ninguém quer realizar atividades sem ganho pessoal. Quanto a isso, quero deixar claro que sou contrário a qualquer tipo de grande abuso na utilização da mão de obra. É sim necessário ter preceitos básicos para todo serviço prestado, mas a corrida após isso é mérito do esforço daqueles que o realizam com maior perícia e vontade.
Uma resposta
Acredito que a busca pelo dinheiro não deve ser o único objetivo da vida do homem, mas a sua falta é capaz de despertar o pior em nós.